Já só há um festival de música reggae em Portugal
Em 2014, foram realizados seis festivais de música que tinham cartazes de índole reggae em Portugal - e.g. Sumol Summer Fest; Lisboa Jamaican Day. Atualmente, e para o ano de 2016, apenas o Festival Musa Cascais anunciou receber influências jamaicanas.
Apenas dois anos separam, mas a verdade é que o boom do estilo musical reggae, que se deu em meados da primeira década do séc. XXI, desapareceu quase por completo, num fenómeno que já teve: palcos em grandes festivais dedicados a este estilo (e.g. Palco Positive Vibes no Sudoeste - que se comportava como um festival dentro de um festival); artistas reggae que eram os mais bem pagos de um cartaz para a família; festivais com um dos dias dedicados ao reggae (e.g. uma edição do mítico Ilha do Ermal) e festivais o ocorrer por todo o país (e.g. Ericeira Surf Fest) com os melhores intérpretes nacionais e internacionais desta sonoridade
Segundo o questionário sobre o perfil do festivaleiro Português e ambiente social nos festivais de música em Portugal, a percentagem das pessoas que escolhem o Reggae como estilo musical favorito tem vindo a decair. Fica a dúvida: a percentagem diminuiu porque a oferta de eventos de reggae diminuiu ou porque esses eventos e os seus promotores souberam fazer a leitura das preferências do público?
Embora este estilo não seja o mais escutado em Portugal, o Festival Musa Cascais soube encontrar-se (sair do Rock das primeiras edições) e criar diversões e uma estratégia única para cativar um público difícil mas fiel ao estilo reggae - já vai a caminho da 18ª edição e sabe ir ao encontro do seu público (e.g. através da realização de várias atividades em eventos junto do público urbano, secundário e universitário). O festival, foi no último ano, nomeado para os Portugal Festival Awards e Iberian Festival Awards em três categorias (Best Major Festival, Best Line-up, Best Camping Site).
Descrição: O Festival Musa Cascais ergue-se, anualmente na praia de Carcavelos, sobre uma forte base de sustentabilidade e consciência social. Realiza-se desde 1999, mas a partir de 2006 a organização adotou uma inspiração que procura levar o festival a servir uma causa global, procurando alertar o público para a importância de desafios relacionados com sustentabilidade, o aquecimento global e as alterações climatéricas. Acontece através de uma associação sem fins lucrativos (Criativa), pela cara do diretor Pedro Guilherme, com o apoio de voluntários que ajudam o festival a realizar-se e promove ações como a plantação de árvores para compensar a pegada ecológica criada pelo evento. A sua identidade foi assim consolidada, mantendo uma abordagem musical de ritmos urbanos e jovens, estando hoje mais associado ao reggae.