Os Dub. Inc. são considerados os principais embaixadores do reggae francês e uma das bandas com mais presenças em Portugal - nos últimos 10 anos não houve ano em que não atuassem no nosso país, em festivais ou em concertos de nome próprio. Em 2019, regressam ao Festival Musa Cascais e por lá farão um concerto especial de preâmbulo por algumas músicas do novo álbum, para ver no palco principal a 5 de julho. Falámos com o seu baterista, Grégory "Zigo" Mavridorakis.
APORFEST: São uma das bandas com mais presenças em Portugal nos últimos 10 anos. Regressam agora ao Musa Cascais. Qual a vossa recordação do festival? Zigo: É o nosso regresso depois de 2017 onde sentimos que proporcionámos um concerto bastante interativo com o público. Este festival traz-nos boas memórias, adoramos a sua localização (no centro de tudo), espírito positivo e o público conhece sempre as nossas letras acompanhando-nos do início ao fim. O que podemos esperar do vosso concerto?
Vai ser um concerto especial onde posso destacar que vamos tocar, pelo menos, duas novas músicas do novo trabalho. Este [Musa Cascais] é um festival com um grande alinhamento (estamos com Horace Andy e Morgan Heritage, ilustres artistas) e por isso torna-se sempre especial tocar nele e corresponder às expectativas depositadas em nós por parte do seu promotor e do público que nos vem ver. Estão em tour pela Europa ou a aproveitar os festivais de verão? Quando poderemos esperar então o novo album?
Estamos este verão em Tour pela Europa e o concerto no Musa Cascais quase que sinaliza o início da nossa tour que passará por França, Suiça, Suécia, Alemanha, Grécia, Holanda ou Eslováquia e que terminará apenas no final do ano. O novo álbum sairá em setembro e já tem um vídeo "On est ensemble [We are together, que é também a hashtag oficial do festival Musa Cascais para 2019]" e brevemente iremos disponibilizar outro aos nossos fãs
Em Portugal já atuaram em festivais, já deram concertos em nome próprio. Qual a vossa percepção do nosso público?
Portugal é sempre uma "preocupação positiva" da nossa parte. Este país representa um público que tomamos como dinâmico e que está no mesmo espírito que nós e por isso é um dos países onde mais gostamos de atuar e onde mais nos sentimos em casa. Temos pena de muitas vezes não estar mais tempo em virtude dos concertos mas queremos de futuro passar mais tempo em Portugal.
O que é preciso na atualidade para uma banda singrar e ter sucesso a longo prazo?
Sim, é verdade que hoje é difícil com a velocidade das coisas conseguir gerar atenção no público e que este sinta que temos coisas para lhe dizer com o passar dos anos. A primeira coisa e a mais importante é que nós, enquanto banda e crew somos uma equipa e uma família e construímos esta banda não para ter sucesso mas sim para tocar e partilhar música. É esse o segredo, sermos família onde todos são iguais independente do seu papel e partilharmos tudo o que fazemos.
Como sentem a cena reggae nos dias de hoje? Menos artistas especializados, menos espaço para este estilo nos cartazes dos festivais mais mediáticos.
O estilo Reggae sempre teve, desde o início, altos e baixos, é algo crónico. Com o tempo apenas os artistas que vivem o estilo verdadeiramente perduram e têm sucesso com o seu público. Julgo que a fase mais baixa ocorreu há 5-6 anos mas o reconhecimento como património da humanidade veio credebilizar este estilo que todo reconhecem como feliz e que nos faz pular, seja em que contexto for. Pode-se não assumir mas toda a gente adora o reggae e as suas emoções. Querem deixar uma mensagem para os vossos fãs portugueses sobre a atuação no Musa Cascais em julho?
Claro que sim, primeiro agradecer a tudo o que nos proporcionaram até aqui e que nos fez crescer. Poder aproveitar também esta oportunidade para agradecer ao público de Portugal que nos apoia nos nossos concertos e redes sociais e por isso estamos mais que ansiosos por voltar a "casa" já em julho no Musa Cascais. Como sente a área dos festivais em Portugal em termos de qualidade?
Existem excelentes eventos em Portugal, sempre trabalhámos com bons promotores e por isso é bom ter a vossa entidade [Aporfest] como potenciadora dessa qualidade e boas práticas.