Surgem as primeiras notícias de cancelamentos ou adiamentos de festivais para 2022, como o caso do SWR Barroselas Metalfest, que não teve edição de 2020, não vai ter em 2021 e só regressará em 2022. É tempo de finalmente o setor dos festivais, eventos e cultura ser olhado com estratégia pela tutela e que se impeça que todo o setor e os seus profissionais deixem de existir e deixem de criar aquilo que todos necessitamos, muito mais em tempos de confinamento - CULTURA e ENTRETENIMENTO!
Não podemos ser os parentes pobres de um orçamento.
Não existe estratégia eficaz e eficiente pelo Ministério da Cultura - pelo que este ou deve desaparecer ou realmente perceber o setor e torná-lo como noutros países Europeus, Americanos e da Oceânia - em concordância e alinhamento com o setor do Turismo e Economia.
Mais de 300 festivais anuais trazem riqueza a Portugal advinda do fluxo de público nacional e internacional, algo que se torna mais importante quanto mais o local da sua realização for fora das grandes cidades.
Os Municípios dependem dos festivais para fixar jovens, para manter postos de trabalho na Turismo e Restauração.
Os Festivais sejam eles de pequena ou grande dimensão, em formato ao ar livre ou indoor, mexem com todas as classes etárias e sociais, sendo um importante fator de socialização, que deixando de existir deita a perder uma geração e a sua maturidade assim como a sua Saúde Mental.
Se os transportes públicos e privados, supermercados sujeitam o seu público ao contágio e a Cultura adaptando-se às novas regras não pode realizar os seus espetáculos, porquê? Se à restauração são dadas soluções porque não são dadas à Cultura quando é sabido que não houve qualquer foco de contágio nesta área - provando uma vez mais ser o setor que se adapta perante as circunstâncias mesmo que isso na atualidade não traga receitas.
Quantos postos de trabalho a contrato ou por prestação de serviço não existiram este ano?
Esta situação está no limite e teremos um país sem cultura e entretenimento no futuro e a pouca que sobreviva terá tendência a ser desprovida de qualidade. Até quando os profissionais deste setor terão de continua a sacrificar-se sem qualquer luz ao fundo do túnel?
Um setor escrutinado e publicitado pela entidades fiscalizadoras e que por isso agora pergunta: Onde param os impostos pagos através da Autoridade Tributária, Segurança Social e Direitos de autor/conexos se depois não estão disponíveis em prol dos setor? Quem está a ser apoiado e de que forma desde Março? Porque não existem moratórias nos pagamentos fiscais se o setor não tem receitas? Porque obrigam o setor a transformar diariamente a sua programação (provocando constantes gastos na sua comunicação e perda de público) se depois não existem compensações?
Este setor sempre foi o trampolim de quando o Estado e entidades necessitavam de angariação de verbas perante situações extraordinárias com trabalho e atuações pro bono e agora que o setor necessita, porque não são dados também apoios?
Queremos esquecer 2020 mas não apagar 2021!