Continuamos de luto pelos que não aguentam e numa morte lenta os que aguentam
Deixamos hoje 13 perguntas para quem nos quiser ouvir, simplesmente:
1. Até quando continuaremos a ter um Ministério da Cultura estéril e um Governo que não está preocupado com o setor cultural?
2. Qual o setor que mais se adaptou nesta pandemia para poder recomeçar a trabalhar (com mais gastos) e ainda assim é constantemente afetados com novas regras sobre os seus eventos estragando a fidelização do seu público e a criação de novos hábitos?
3. Quais as consequências de nos próximos 15 dias as pessoas não puderem assistir a espetáculos nos dois períodos decretados pelo Governo?
4. Porque não há respeito pela marcação de eventos que demoram semanas ou meses a serem planeados para serem constantemente alterados por imposições governamentais e que deitam a perder todo o esforço que nesta fase é apenas para manter os profissionais com a sua sanidade mental e não para obter qualquer receita?
5. Quem paga a fatura uma vez mais?
6. Quando nos irão ouvir de forma útil?
7. Este é o setor mais prejudicado, não tem casos de má organização que favoreçam a existência de surtos ou situações potenciadoras de contágio e a resposta do governo é nula. Como pretendem ter cultura no futuro?
8. Um setor que impacta o Turismo, a Restauração, leva fluxos de público como nenhum outro e agora é esquecido. Porque só se lembram deste setor quando é para ajudar causas e de forma pro bono?
9. Este é um setor que até aqui se manifestou sem problemas, junto à Assembleia, em espaços culturais e de cidades sem qualquer incidente mas é cada vez mais insuportável ser racional?
10. Os dias passam e são cada vez mais dramáticos - pessoas que: desistem dos seus trabalhos, de viver, passam fome e estão desesperados. É justo este silêncio de quem nos deveria saber guiar?
11. Um setor tão fiscalizado no passado recente, exemplar (sem registo de incidentes graves - ao contrário de outros países) e que é sempre visto como um exemplo de boas práticas (e.g. sustentabilidade, aplicação novas tecnologias) a que todos se querem associar e agora é um vazio. É justo?
12. Porque não está criada uma Linha de Apoio Cultural (como no Brasil ou Espanha) em que se fomenta e premeia o trabalho dos seus executantes, organizadores e prestadores de serviço?
13. Porque não existem benefícios úteis para as empresas privadas (nomeadamente as cotadas em Bolsa) para apoio da Cultura ao mesmo nível que o da Responsabilidade Social?
Este é um relato demasiado cruel para continuar a não ter o apoio do Governo! Não somos um pormenor na análise e reuniões de Ministros, somos um setor que tem cada vez mais dificuldade em aguentar, estar calado e que não existindo vai pôr em causa toda uma população sem acesso à cultura e que por sua vez irá deixar de ser razão para fluxos de público nacional aos eventos e viagens de público estrangeiro ao nosso país!