Não é novidade nenhuma termos presenças de artistas brasileiros conceituados em diversos festivais portugueses, ou mesmo eventos com o Rock in Rio, que passaram o Atlântico e se estabeleceram como marcos da cultura dos festivais no nosso país.
Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Seu Jorge, Ivete Sangalo e tantos outros nomes semelhantes passam pela nossa cabeça ao pensar em artistas brasileiros em festivais portugueses.
Pois bem, "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades".
Com o crescimento de estilos como o Rap e Hip Hop brasileiro, bem como o novo Funk brasileiro, temos vindo a observar um padrão de mudança e de afirmação de artistas brasileiros em vários festivais portugueses.
Festivais como o BR Fest, são exemplo de como a cultura brasileira está em altas em Portugal. Um festival de 2 dias dedicado à música e cultura brasileira, com um cartaz que fala por si.
Festivais como o MIMO Porto, ou mesmo o Rock in Rio Lisboa, são também eventos que trazem um pouco da cultura brasileira nas suas mais variadas vertentes aos nosso país. Festivais com artistas brasileiros presentes na sua programação, independentemente do estilo de música que apresentam ao público.
Olhamos para festivais com a tal presença de Rap e Funk brasileiro, como por exemplo o Soltaria Summer Fest ou o Meu Baile Festival, evento conta com cartaz 100% brasileiro e traz ao público português 3 nomes do Funk brasileiro.
De presenças em festivais de Metal como é o caso do Vagos Metal Fest, que recebe este ano Crypta e Sepultura, ou do Faro Alternativo, que recebe os Worst; até ao Indie e Alternativo, com Castello Branco no Music Walk and Dance ou mesmo Ludmilla e Giulia Be no Meo Sudoeste. É algo que tem sido cultivado nos festivais portugueses há vários anos, e que contribui para as ligações culturais entre os 2 países.
Temos também exemplo de festivais como o North Music Festival, que contou com um dia com forte presença de artistas brasileiros e dinamizou em Lisboa o o Brasil Vibes com os mesmos artistas, que atuaram no Porto no dia seguinte.
Juntam-se ainda festivais como o VILLAMIX LISBOA, o Oeiras Music Fest e o Brazil Groove Music. Vários eventos que trazem ao nosso país artistas da música brasileira e carregam a bandeira do Brasil em Portugal. Alguns deles funcionando como um circuito de atuações dos mesmos.
Olhamos em retrospetiva para o significado que este fenómeno pode ter e como se pode traduzir de forma prática para a indústria dos festivais e da música.
Do ponto de vista positivo, ajuda a estreitar relações com a cultura brasileira e com a comunidade residente em Portugal. Abre também a porta a artistas portugueses que partilhem palco com estes artistas transatlânticos de firmarem parcerias, amizades e possíveis colaborações na sua música e atuações ao vivo. É uma porta que se abre ao outro lado do Atlântico que nos cabe a todos nós manter aberta e garantir que ambos os lados beneficiam das trocas e intercâmbios impulsionados pela música, arte e cultura.
Num ponto de vista mais focado no espaço de mercado para artistas nacionais, pode apresentar uma diminuição de artistas nacionais em certos festivais, mas de modo geral os artistas portugueses e brasileiros, mesmo que de estilos semelhantes, têm diferentes maneiras de expressar a sua arte e tocar a sua música.
É importante dar espaço a estes festivais e artistas, que podem representar uma oportunidade de mercado, mas acima de tudo representam um intercâmbio cultural eclético e diversificado. São cada vez mais os residentes brasileiros em Portugal e sendo esta um comunidade crescente, é também uma oportunidade de cruzar culturas para que possam ter um pouco do seu país enquanto estão em Portugal. Temos que fortalecer estas pontes da melhor forma possível.
Para todos os gostos e de todos os cantos do mundo, a música ao vivo é e sempre será um elo de ligação e união universal.
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