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ENTREVISTA | Francisco Quintas (diretor e fundador Festival Fenda - 1ª edição, 25-27 junho, Braga)


No meio do turbilhão atual já é possível que novas ideias e conceitos sejam postos em prática e ao dispor do público. É o que acontecerá com o Festival Fenda que se estreia, finalmente, entre os dias 25 a 27 de junho em Braga numa junção de "cultura urbana" que servirá para criar um legado e apoio a novos projetos. Falámos, por isso, com Francisco Quintas, o seu diretor e fundador da Cosmic Burger, entidade que suporta o festival.

1.No final do mês ocorrerá a 1ª edição do Festival Fenda. Em que consiste? O FENDA é um festival que celebra todas as formas de arte e cultura urbana. Música, ilustração, escultura, design, realidade aumentada, são algumas das expressões artísticas que estão presentes no programa desta primeira edição. Queremos desmistificar aquela ideia pré-concebida de que cultura urbana ou arte urbana é exclusivamente pintura de mural. Existe todo um ecossistema artístico ligado ao fenómeno urbano e é nisso em que nos queremos focar.

2.Como foram as vossas escolhas no que se cinge à programação? Na componente musical, tentamos criar um programa que espelhasse um pouco a nova geração de criadores que temos na cidade de Braga, com coletivos e artistas ligados a gêneros e subgéneros associados à música eletrónica e ao hip-hop, como são os casos de Ângela Polícia e do Wav.in Collective que marcam presença no alinhamento. Depois a nível internacional a influência de Braga enquanto Cidade Criativa da UNESCO no domínio das Media Arts é assumida, através de artistas como Evian Christ, Iglooghost ou até mesmo da argentina, Catnapp. Já no campo da arte pública, existiu um esforço em mostrar que a arte urbana se pode manifestar de várias formas, e por isso decidimos dar prioridade a artistas de domínios menos óbvios, sem nunca esquecer aqueles com expressões um pouco mais tradicionais.

3.Este conceito poderá ser alargado a outros locais? O que pensam numa distância de 2-3 anos para este projeto? Neste momento o nosso foco é no presente, queremos fazer o melhor trabalho possível para que esta primeira edição sejam um sucesso, depois disso veremos quais serão os próximos passos a tomar.

4. Dar forma a uma ideia em plena pandemia e com várias oscilações de regras a cumprir é um quebra-cabeças para qualquer promotor. Qual foi o vosso pensamento na efetivação deste festival? Completamente. Posso adiantar que desde Janeiro de 2020 este festival já teve três modelos distintos que tiveram que ser consecutivamente alterados e adaptados. Todos os dias existe uma nova notícia ou norma que nos obriga a mudar planos... existe uma componente de imprevisibilidade na organização de um evento com estas características muito grande comparativamente ao pré-pandemia. Não é a primeira edição que idealizamos nas nossas cabeças, mas é a que podemos fazer tendo em conta todas as limitações, normas e atuais regulamentos. Contudo, estamos muito orgulhosos do trabalho que estamos a desenvolver.

5. Será então diferente sem pandemia, no futuro? Se o festival tiver continuidade, sim, o modelo que vamos apresentar será bastante diferente e muito mais semelhante aquele que tínhamos inicialmente conceptualizado, principalmente com um programa musical mais extenso.

6. De que forma irão fidelizar o público para futuras edições? Acho que passa muito por fazer um bom trabalho e oferecer uma programação exigente e bem executada. Se o festival for um sucesso no ponto de vista artístico, acompanhado de uma boa produção, acho que é o cartão de visita ideal não só para fidelizar, mas também para angariar novos públicos. No final do dia, o que importa é a qualidade do produto que apresentamos, isso é sem dúvida o nosso maior trunfo.

7. Expliquem um pouco mais o que a Cosmic Burger (entidade responsável) faz no seu dia-a-dia e qual a sua história? A Cosmic Burger surge em 2015 como uma plataforma de apoio à edição fonográfica, contudo com o passar dos anos decidimos estender a nossa ação a outros campos artísticos e criativos. Hoje em 2021, somos uma organização sem fins lucrativos que tem como sua principal missão a amplificação através de um apoio sustentado a projetos artísticos e criativos, de forma abrangente e inclusiva. Para além disso, temos uma forte missão a nível social tanto através de ações que visam a inclusão de grupos desfavorecidos, como na promoção de iniciativas a favor da igualdade de género e da diminuição da assimetria entre homens e mulheres no que diz respeito ao acesso de oportunidades no campo das artes e criatividade.

8. De que forma a APORFEST e os seus eventos principais Talkfest e Iberian Festival Awards poderão ser uma ajuda para o vosso desenvolvimento? A APORFEST tem um papel importante, tanto através da criação de canais de comunicação para que possa ser discutida a realidade dos festivais e dos seus promotores, algo que nunca foi tão pertinente como no atual momento que vivemos, mas também no reconhecimento daquilo do que melhor se faz no nosso território. A troca de impressões, ideias e dificuldades tanto com a APORFEST como com os seus associados pode abrir um leque de possibilidades para o desenvolvimento e crescimento de qualquer tipo de estruturas que desenvolvam trabalho na indústria dos festivais.


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