O mercado dos eventos não pode estar hoje dissociado da terminologia "Safety & Security" da qual os vigilantes inerentes às empresas de Segurança Privada são quem estão e se apresenta na primeira linha junto do público. Falámos com Ricardo Ribeiro, diretor da ALPHA SC, uma das empresas mais recentes nesta de prestação de serviço a festivais e que foi também a empresa adstrita aos primeiros dois Eventos Teste-Piloto para a Cultura, realizados no final de abril em Braga.
1. A ALPHA SC é uma empresa de Segurança Privada recente no mercado mas com um vasto expertise na sua equipa. De que forma poderão diferenciar-se num mercado altamente competitivo e na prestação de serviço junto dos festivais?
A diferença passa pela preparação das nossas equipas para prestar um serviço de qualidade em todas as valências para que estamos licenciados a operar. Para isso temos que colocar os nossos recursos humanos como a nossa prioridade máxima, pois são eles o pilar elementar da empresa e então temos que garantir boas condições de trabalho, formação adequada, não só na área da Segurança Privada, mas também noutras áreas que pensamos fundamentais para uma boa execução dos nossos serviços e fazer com que todos, sem exceção, sintam que são a empresa e não parte dela. Junto dos festivais, pensamos que o nosso trabalho passa também por garantir um bom acolhimento do publico, fazendo-o sentir-se confortável e seguro e também garantir que no decorrer de todo o evento são dadas todas as orientações necessárias para que o publico possa vivenciar todas as experiencias, inerentes ao evento, na sua plenitude. Esta postura aliada com um trabalho rigoroso no cumprimento das demais funções de um Assistente de Recinto de Espetáculos, faz com que as organizações possam estar focadas em garantir o bem estar de todo o staff que compõe o evento e o bom funcionamento de todas as estruturas
2. Como olham, dentro da vossa estratégia, para a atuação no mercado dos festivais. De que forma é importante para vocês esta área? Irão estar disponíveis para esta prestação de serviços em todo o país?
Sim, estamos disponíveis para a prestação de serviços em todo o país. Esta área, como todas as outras que compõe o nosso leque de serviços, é muito importante para nós e para qualquer empresa de Segurança Privada, assim como é muito importante para outras empresas que não sejam de Segurança Privada por tudo a que está associado à produção e realização de um festival. Olhamos para a atuação no mercado dos festivais como uma grande projeção dos valores da empresa, pois a atuação num festival também se reflete na prestação de outros serviços. Atualmente um festival não passa só por concertos, tem muitas outras experiencias associadas e temos a noção que uma boa prestação num festival pode abrir-nos portas noutras áreas.
3. Como gerem o recrutamento dos vossos colaboradores para estes eventos sazonais e como mantêm uma qualidade nos mesmos de forma a diminuir ao máximo o registo de incidências nesta tipologia de eventos (festivais)?
Para manter o padrão de qualidade temos uma equipa base que está preparada para operar em qualquer parte do país, essa equipa é que irá distribuir o serviço pelos restantes elementos. A titulo de exemplo, há um elemento que ficará responsável pela equipa de segurança afeta ao palco, outro elemento que ficará responsável pela equipa afeta ao controlo de acessos e assim sucessivamente. Esses elementos mantem uma comunicação permanente entre si e também com o coordenador de segurança que é o elemento que fará a ponte de comunicação com todas as entidades envolvidas no evento. O recrutamento neste tipo de serviços é relativamente fácil, em todos os grandes eventos trabalham pessoas de todo o país e a rede de contactos existente abrange todas essas pessoas.
4. Os primeiros Eventos Teste-Piloto para a cultura em Portugal, foram feitos no final de abril em Braga e foram vocês que realizaram a Segurança Privada nos mesmos. Como foi esta experiência?
Foi com grande expectativa e que encaramos o desafio dos primeiros Eventos Teste-Piloto. Era uma situação completamente nova para todas as entidades envolvidas na realização dos eventos e também para o publico, mas penso que todos passaram este teste com distinção. O público foi extremamente colaborativo e as entidades envolvidas encararam o desafio com elevado sentido de responsabilidade, empenho e profissionalismo. Desejamos que tenha sido o ponto de partida para o regresso dos eventos ao ar livre em Portugal.
5. O público irá agora comportar-se e estar de forma diferente nos acessos aos eventos se compararmos com o que era a sua atitude em 2019?
Penso que sim, até porque toda esta situação pandémica obrigou-nos a ter cuidados que certamente vieram para ficar. As entradas serão mais compassadas e possivelmente terão que ser feitas outras verificações para além do bilhete. Teremos que aguardar por novas diretrizes e só assim poderemos ter noção do comportamento que terá que ser adotado, não só nos acessos mas também nos próprios recintos.
6. Quais as vossas expectativas de trabalho neste setor para 2021 e 2022?
Pensamos que durante o ano de 2021 o setor ainda estará numa fase de aprendizagem e expectativa. Em 2022 já acreditamos que a situação esteja normalizada ou próximo disso. Teremos que aguardar pelo desenvolvimento da situação pandémica.
7. Existe diferença no setor da Segurança Privada em festivais em Portugal daquilo que se faz lá fora, nomeadamente em Espanha?
Sim. É natural que exista, pois cada país tem as suas Leis e também as suas culturas e costumes, mas o objetivo acaba por ser comum que é fazer cumprir os regulamentos de utilização dos recintos, controlar acessos e orientar o público.
8. De que forma a APORFEST e os seus eventos profissionais Talkfest e Iberian Festival Awards podem ser importantes para o vosso posicionamento e reconhecimento no setor dos festivais?
Sendo uma Associação que agrega todas as áreas envolvidas na produção de um festival, a partilha de conhecimentos entre as entidades e pessoas que compõe a APORFEST é sempre uma mais valia. Esperamos também ser uma mais valia para a APORFEST. O facto de a APORFEST dar a conhecer a nossa empresa ao setor, através dos seus eventos profissionais ou dos seus meios de comunicação já é gratificante para nós.
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